sábado, 9 de março de 2013

A Desejada das Gentes


Conto em que o protagonista rememora a um interlocutor a história de Otília, cobiçada dama da sociedade que costumava desenganar todos que tentavam estabelecer uma relação com ela. O narrador lembra que chegou a fazer uma aposta com seu grande amigo, sócio de uma banca de advocacia, para ver quem angariaria o coração da mulher.

A primeira conseqüência é o final da amizade tão forte e o auto-exílio do companheiro em um grotão do país, onde acabara morrendo cedo. A outra conseqüência é o narrador perder o controle de seus sentimentos. No entanto, apesar da maneira diferente com que o tratava, destacando-o dos demais pretendentes, deseja deste apenas amizade. Houve um momento em que o quadro parecia ter mudado. Primeiro, o narrador havia ficado abatido com a morte de seu pai. Otília conforta-o, o que os aproxima. Pouco depois, era o tio dela, praticamente um tutor, quem falece. Com a equivalência garantida pela dor, o apaixonado imagina ter caminho aberto para o casamento. Mas seu pedido é recusado. Some por alguns dias, um pouco por despeito, um pouco porque mergulhado em compromissos burocráticos referentes à morte do seu parente. Quando volta, encontra uma carta de Otília, instando que a amizade se reatasse. Promete, em troca, não se casar com ninguém. E tudo fica nesse pé, até que a dama adoece, definhando aos poucos. Dois dias antes de morrer, casa-se com o narrador. O único abraço que se dão foi durante o último suspiro dela, como se quisesse não o aspecto corporal da união, mas algo próximo do espiritual.

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